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Projeto Bruno Vieira futuro jornalista

  • Foto do escritor: O PAPO
    O PAPO
  • 11 de dez. de 2020
  • 4 min de leitura

Brasil fica fora de evento da ONU que reúne países que anunciaram metas ambiciosas para redução de gases de efeito estufa

Negativa sinaliza que novas metas de Ricardo Salles para o Acordo de Paris ficaram abaixo das expectativas. Ambição anunciada esta semana indica que país poderá poluir 400 milhões de toneladas a mais do que o que estava previsto para até 2030


Ambientalistas alertam que proposta do governo no acordo do clima pode aumentar emissões


Chefes de estado que apresentaram metas ambiciosas a para cumprirem o compromisso de zerar as emissões de carbono até a metade do século 21, previsto no Acordo de Paris, foram convidados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para discursarem em um evento sobre mudanças climáticas nesta quinta-feira (10). O Brasil ficou de fora.

O evento em questão é o Climate Ambition Summit, uma reunião preparatória para a próxima Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima, marcada para o ano que vem.



Nas Américas, Uruguai Argentina, Colômbia, Peru, Belize, Cuba, Costa Rica, Equador, Jamaica, Guatemala, Honduras, Panamá e Canadá ganharam uma cadeira no palco virtual do evento. Os países da União Europeia e os grandes poluidores asiáticos, como a China, também estão entre os convidados do Climate Ambition Summit.

Já entre os grandes poluidores mundiais que ficaram de fora aparecem, além do Brasil, México e os Estados Unidos.

O secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, aponta que a rejeição ao governo brasileiro em um dos mais importantes eventos internacionais sobre mudanças climáticas acontece logo após o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciar as novas metas do país no Acordo de Paris.




“Nos tornamos indesejados em uma agenda que deveríamos ser líderes. O governo Bolsonaro tanto fez contra o meio ambiente e contra o clima do planeta, que se tornou uma espécie de presença tóxica nessas reuniões internacionais”, diz Astrini.


Brasil poluirá mais até 2030


Gases como o carbono poluem o meio ambiente e provocam o efeito estufa, acelerando as mudanças climáticas. — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

A nova meta climática apresentada pelo Brasil ao Acordo de Paris na terça-feira (8) permitirá ao país chegar a 2030 emitindo 400 milhões de toneladas de gases do efeito estufa a mais do que o previsto na meta original, de acordo com uma análise do Observatório do Clima, rede de 56 organizações da sociedade civil.


A meta, agora atualizada pelo Ministério do Meio Ambiente, foi definida em dezembro de 2015, quando o Acordo de Paris reuniu países que aceitaram se comprometer com o esforço de limitar o aquecimento global a 1,5ºC. Cinco anos depois, o Brasil cumpre a entrega da renovação das metas por ele mesmo estipuladas, mas especialistas fazem alertas.

Astrini explica que o ministério manteve na meta o mesmo percentual de redução definido cinco anos atrás: reduzir em 43% as emissões até 2030. Entretanto, não considerou que a base de cálculo utilizada mudou e ficou ainda maior.


"A meta de redução de 2015 era baseada no Segundo Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa. Já a meta atual tem como base o Terceiro Inventário, que atualizou o valor absoluto dos gases emitidos em 2005 de 2,1 bilhões de toneladas para 2,8 bilhões de toneladas de gases emitidos" - Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima



A meta climática do Brasil no Acordo de Paris utiliza como referência o valor total de gases emitidos no ano de 2005. De acordo com Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas e especialista do Observatório do Clima, tal valor é calculado pelo relatório chamado "Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa", que é editado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. O documento revisa periodicamente o valor absoluto de emissões de gases usado no cálculo.


"O Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa de 2005 costuma ser revisado a cada 4 anos, quando é publicado um novo inventário", explica Azevedo.

Com a revisão mais recente, o valor absoluto de gases emitidos em 2005 foi ajustado de 2,1 bilhões de toneladas para mais de 2,8 bilhões de toneladas.

Na prática, se em 2015 a meta de redução dos 43% significava emitir 1,2 bilhões de toneladas de gases até 2030, a nova meta apresentada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com a mesma taxa de redução, permitirá agora o Brasil emitir 1,6 bilhões de toneladas no mesmo período.


"Sem o reajuste na base de cálculo, a nova meta da proposta climática está cerca de 400 milhões de toneladas de carbono maior do que era em 2015" - Marcio Astrini, Observatório do Clima

Por isso, segundo os especialistas, para apenas manter a meta climática já assumida anteriormente pelo Brasil no Acordo de Paris, o ministro do Meio Ambiente deveria ter se comprometido a diminuir 57% das emissões até 2030, e não apenas 43%.

"Uma coisa é diminuirmos 43% de um valor x, outra coisa é cortarmos a mesma porcentagem de um valor y. O número final será diferente", afirma Astrini.


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