Projeto Bruno Vieira Futuro Jornalista
- O PAPO
- 16 de ago. de 2021
- 5 min de leitura
Após quase 7 meses, vacina contra Covid chega a grupo de 18 anos na cidade de SP; relembre campanha e saiba quais os próximos desafios
Desde a vacinação da enfermeira Mônica Calazans, em 17 de janeiro, 96% de pessoas acima de 18 anos receberam ao menos a primeira dose do imunizante na capital paulista.
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Look do dia, enfermeiros fazem camisetas para receber vacina contra Covid-19 — Foto: Kátila Melo/ Arquivo Pessoal
Depois de quase sete meses, a campanha de vacinação contra a Covid-19 na cidade de São Paulo chegou, neste sábado (14), a toda a população com mais de 18 anos. A data deve ser marcada por uma “virada” da imunização, com DJs de blocos de Carnaval tocando na fila nos postos drive-thru.
Artistas animam manhã fria em SP durante virada da vacina — Foto: Reprodução/TV Globo
Desde a vacinação da enfermeira Mônica Calazans, em 17 de janeiro, quase 30 milhões de pessoas receberam ao menos a primeira dose no estado de São Paulo. Apesar do início lento – nos três primeiros meses, a imunização não chegou à marca de 200 mil doses aplicadas por dia no estado –, a campanha ganhou força a partir de maio, quando teve início o chamamento de pessoas com menos de 60 anos.

A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, primeira pessoa a ser vacinada contra a covid- 19 no Brasil, recebe a segunda dose da CoronaVac nesta sexta-feira (12). — Foto: ANTONIO MOLINA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A priorização de populações específicas, que deveria ser estabelecida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), na prática ficou a cargo dos estados e municípios, que puderam definir, dentro dos grupos prioritários, quais seriam vacinados primeiro. Um exemplo foi a vacinação de quilombolas: anunciados como prioritários pelo governo de São Paulo em janeiro, o grupo foi excluído da primeira leva de imunização e, posteriormente, reincluído nas prioridades após reportagem do G1.
Ana Maria Braga é vacinada em São Paulo — Foto: Divulgação

De cara, os paulistanos, aliás, os brasileiros em geral, adotaram o tema "vacina" e encheram as redes sociais de fotos de idosos sendo imunizados. A demora do governo federal, responsável pela distribuição das doses, assim como frases do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que ora desencorajou a vacinação, ora fez pouco caso dela, logo se transformaram em memes, em protestos em forma de camisetas, de cartazes, de fantasias, de piadas e vídeos virais, como o da "pifaizer".
Cartaz crítico ao presidente Jair Bolsonaro em veículo no Memorial da América Latina, em São Paulo — Foto: Arquivo pessoal/Roberta Rodrigues
Surgiram filtros em redes sociais que transformavam os vacinados em jacaré, numa alusão a um comentário de Bolsonaro, em dezembro de 2020, em evento na Bahia, sobre a vacina produzida pela farmacêutica americana Pfizer.

"E na Pfizer [contrato da Pfizer] tem lá: nós [Pfizer] não nos responsabilizados. Se eu virar um chi, se eu virar um jacaré, se você virar super homem, se nascer barba em alguma mulher, ou algum homem começar a falar fino... e o que é pior: mexer no sistema imunológico das pessoas", falou o presidente.
Até o governador João Doria (PSDB) entrou na onda do jacaré quando tomou a primeira dose, em maio.

Doria posta foto com "efeito de Jacaré" do Instagram — Foto: Reprodução
Com a conclusão da aplicação da primeira dose em toda a população adulta do estado, a gestão de João Doria (PSDB) pretende iniciar a vacinação de adolescentes com menos de 18 anos na próxima quarta-feira (18).
No entanto, cientistas e pesquisadores já discutem um novo desafio na campanha de vacinação: a necessidade de uma terceira dose para pessoas com o sistema imunológico debilitado. Estudos ainda avaliam quando a dose de reforço deveria ser aplicada.
A preocupação é especialmente com pessoas que têm mais de 80 anos. Uma pesquisa científica mostrou que a CoronaVac reduziu em 71% as mortes por Covid-19 em idosos com mais de 70 anos no estado de São Paulo, mas a redução foi de apenas 49% em pessoas com mais de 80.
Estudos feitos com outras vacinas, como a Pfizer, também mostraram que a dose de reforço pode ser necessária para pessoas com sistema imunológico comprometido: de 16% a 80% dessas pessoas não produziram anticorpos suficientes para combater a doença, mesmo após duas doses da vacina.
Veja abaixo os principais momentos e os próximos desafios da campanha de vacinação na cidade:
Filas
Fila de carros para receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19 (coronavírus), em sistema de drive-thru, na Arena Corinthians, em Itaquera, Zona Leste da cidade de São Paulo, nesta segunda-feira (08) — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo
A vacinação na cidade de São Paulo ocorreu nas 468 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital e também em postos especiais montados pela prefeitura para a campanha em farmácias, clubes e shoppings, além de 20 megapostos que atendem a população em esquema drive-thru.
Apesar da rede ampla, a procura pela vacina provocou grandes filas em diversas ocasiões. Em fevereiro, no primeiro dia de vacinação de idosos entre 80 e 84 anos, um enorme congestionamento se formou no Estádio do Pacaembu, na Zona Oeste da capital. Cenas similares se repetiram em endereços como o Memorial da América Latina e o estádio Allianz Parque.

Para evitar aglomerações, a prefeitura expandiu o horário de funcionamento de alguns centros de vacinação e criou novos locais de aplicação. Além disso, em junho, a administração municipal desenvolveu uma ferramenta virtual para a população conferir onde há menos fila antes de sair de casa. No entanto, o serviço não foi suficiente para evitar aglomerações nos postos ao longo da campanha de vacinação, e muita gente teve que esperar mais de duas horas na fila para receber a imunização.
Irregularidades
Família registrou ocorrência após seringa vazia durante vacinação contra a Covid — Foto: Reprodução
Furadores de fila, atestados falsos, seringas vazias, sommeliers de vacina, pessoas voltando para tomar uma terceira dose… foram muitas as irregularidades que surgiram com o desenrolar da campanha de vacinação, o que fez com que todos, população, profissionais que aplicam os imunizantes e autoridades, se mantivessem mais atentos ao processo como um todo.
Menos de um mês após o início da vacinação, em 13 de fevereiro, foi sancionada uma lei que criou multa (de R$ 25 mil a R$ 50 mil) para qualquer pessoa que seja vacinada fora dos grupos prioritários em todo o estado, prevendo multa também para quem aplicar o imunizante de forma irregular (R$ 25 mil).
Em março, surgiram denúncias de fraude, principalmente sobre “vacinas de vento”, quando a seringa está vazia na hora da aplicação, e o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) passou a apurar seis denúncias ocorridas na capital. Em alguns casos, até a polícia foi envolvida. Os profissionais de saúde passaram a ter como regra, na hora de aplicar a vacina, demonstrar passo a passo do processo, numa tentativa de reduzir e inibir novas fraudes.

Quando o PNI passou a liberar pessoas com comorbidades, foi a vez de aparecerem falsos atestados médicos que comprovavam doenças crônicas. O G1 mostrou que, no centro da cidade, os valores para conseguir furar a fila da vacina podem chegar até R$ 400 pelo kit completo, dependendo do que foi solicitado. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a denúncia, e um suspeito foi detido. A médica suspeita de emitir o documento falso disse à polícia que não reconhece o documento e não assinou o relatório médico.
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